Josi Modas
Economia & Política Marilândia / ESDesde criança, Josiane sabia que tinha vocação para vendas, mas foram muitas as dificuldades enfrentadas até realizar o sonho de ter sua loja e ver seus negócios se expandirem. Ao longo da jornada, o Sebrae foi um parceiro fundamental para o sucesso do empreendimento.
Superou crise e ganhou prêmioEmpreender está no meu sangue, eu amo vender. Todo começo é difícil, mas o importante é saber que essa fase ruim vai passar.
Debaixo de sol quente, em estradas de terra na área rural de São Gabriel da Palha, no interior do Espírito Santo, a adolescente Josiane percorria dezenas de quilômetros por dia a cavalo, vendendo roupas de porta em porta. Sua remuneração era uma pequena comissão que ganhava pelas peças vendidas. “Até hoje tenho clientes dessa época”, lembra.
Já adulta, passou a vender roupas na porta de uma fábrica em Marilândia (ES), mas, apesar da melhora nas condições de trabalho, Josi sabia que podia dar um passo adiante. Em 2015, formalizou-se como microempreendedor individual (MEI), juntou o pouco dinheiro que tinha, cerca de R$ 1,5 mil, e abriu sua primeira loja. Com o dinheiro, pagou dois meses de aluguel do pequeno ponto e comprou mercadorias. Os manequins foram ganhados.
Mas, apesar de ter talento para vendas, não tinha noção alguma de administração e gestão de negócios. Por indicação de um amiga, procurou o Sebrae para aprender a lidar com essas questões. A partir de então, passou a fazer todos os cursos a que tinha acesso.
Aprendi a calcular, a comprar mercadoria, a lidar com vendas a prazo, a tratar bem o cliente, a organizar as entradas e saídas de mercadorias e a me reinventar para me manter no mercado. Também ajudou muito com a parte burocrática da regularização do negócio.
Os frutos dessa parceria não demoraram a aparecer: a loja conquistou sua clientela e as vendas aumentaram. Mas, mesmo vendendo muito, Josiane diz que o dinheiro não entrava, pois estava muito endividada. Um dos problemas eram as vendas fiadas.
Mais uma vez, a solução partiu do Sebrae: uma consultora foi até a loja e a ajudou a organizar as finanças e a perceber onde estavam os erros na gestão do negócio. Ela aprendeu a calcular melhor o estoque, focou em aumentar as vendas à vista e comprou uma máquina de cartão. Josiane também passou a vender apenas roupas populares. A empresária considera esse momento um divisor de águas para o seu empreendimento e diz que tudo começou a dar certo.
Minha loja mudou da água para o vinho. O maior desafio foi entender o meu nicho, onde estavam meus potenciais clientes.
Com as vendas em alta e a receita equilibrada, Josiane pôde contratar um funcionário que hoje a ajuda na loja. Ela conta que 2019 foi um ano excelente para seu negócio e até ganhou o prêmio Recall de Marcas, representando o segmento de moda de sua cidade. Para 2020, planeja e espera um ano ainda melhor.
“A gente precisa sonhar alto e o Sebrae me ensinou a correr atrás com os pés no chão. Indico para todos os meus amigos que querem empreender.”