Casa Pedrucci
Cultura Empreendedora Garibaldi / RSHá 20 anos, o enólogo realizou o sonho de ter a própria vinícola, mas não imaginava que fosse tão difícil administrar o negócio. No Sebrae ele encontrou o apoio necessário para superar os obstáculos burocráticos e expandir o negócio, que vem crescendo a cada safra.
Veja a história do GilbertoVejo o Sebrae como um órgão que nos ajuda em todas as frentes, em todas as nossas dificuldades. E isso é muito bom.
Gilberto Pedrucci é enólogo, o profissional responsável técnico pela elaboração de vinhos, sucos e espumantes, por toda a produção interligada ao vinho. Em sua longa carreira, trabalhou em duas vinícolas do Rio Grande do Sul e foi presidente da Associação Brasileira de Enologia, que congrega os enólogos brasileiros.
Ao longo de sua trajetória, conheceu muitas pequenas vinícolas familiares e começou a cultivar o sonho de ter o próprio negócio, já que era profissional e poderia fazer a elaboração. Sendo assim, só lhe faltava um local para iniciar o empreendimento.
“Sou descendente de imigrantes italianos da quarta geração. Meu bisavô veio da Itália. Ajudei meu avô na plantação das uvas e na produção de vinhos coloniais, sempre fui apaixonado por esse segmento.”
Em 2001, Gilberto comprou um pavilhão colonial abandonado em Garibaldi (RS) e o restaurou. Após a reforma e chegada dos equipamentos, começou a história da Casa Pedrucci, sua microchampanharia.
No início, o empresário ainda trabalhava em outra empresa e se concentrava na vinícola nos finais de semana. Ele permaneceu assim até 2008, quando passou a se dedicar exclusivamente à champanharia.
“Como toda empresa familiar, a gente faz de A e Z, fazemos a produção, a comercialização, tudo. Tem a vantagem de que a gente aprende muito. Empreender é um desafio que eu não imaginava ser tão intenso. São demandas burocráticas bem grandes.”
Em busca de apoio para a gestão da empresa, o empreendedor decidiu procurar o Sebrae. “Em 2010, depois que adquiri a vinícola, fui presidente da Associação de Vinicultores de Garibaldi. Então não eram somente dificuldades minhas, eram dificuldades de todas as vinícolas pequenas e familiares. No Sebrae, tive uma receptividade muito grande e de lá para cá posso dizer que não passa um mês sem que a gente tenha contato. É um relacionamento superpositivo.”
Além de consultorias e das portas abertas para feiras e eventos, Gilberto diz que a parceria também promoveu a união entre os empresários do setor. Em 2017, a Casa Pedrucci saiu em uma publicação do Sebrae-RS como um caso de sucesso. “Com o título Senhor Espumante, a revista descreve com entusiasmo a história de nossa empresa.”
O apoio também foi importante para o crescimento do negócio. No início, a produção era de mil garrafas de espumante por safra e hoje a vinícola produz 25 mil.
Aos poucos, a empresa seguiu crescendo ano a ano até a chegada da pandemia de Covid-19 e o fechamento dos principais compradores da marca: os restaurantes, hotéis e lojas especializadas. “Nesse período inicial da pandemia, nosso faturamento foi de 50% o do ano anterior. Mas paulatinamente, com algumas ações, principalmente a aproximação com clientes pessoas físicas e ações de marketing digital, fomos aumentando a venda e no mês de agosto o faturamento já foi 50% maior do que no ano passado.”
Agora, todas as atenções estão voltadas para o lançamento do suco de uva orgânico da marca e de mais um espumante cuja maturação demora pelo menos 15 meses. Outra novidade é a abertura da vinícola para o turismo. "Estamos preparando um espaço aqui no jardim para que as pessoas estejam seguras, com uma boa recepção onde possam ficar confortáveis para degustar o espumante ao ar livre."