Angí Chocolates
Inovação & Tecnologia Campo Grande / MSEm um desafio do Empretec, Beatriz precisou desenvolver e vender um produto que não fosse de sua área de atuação. Assim surgiu a marca de chocolate fictícia que fez sucesso nas redes sociais. Com o Sebrae ela teve apoio para transformar a ideia em um ótimo negócio real.
A designer que virou chocolatierEu aprendi que tenho muita capacidade de evoluir como empresária quando estou conectada com o ecossistema de empreendedorismo que o Sebrae oferece.
De volta ao Brasil em 2017 após ter cursado design de produtos em Milão, Beatriz Branco resolveu transformar um hobby em trabalho e abrir uma loja de móveis. Para seguir com o plano adiante, procurou o Sebrae de Campo Grande (MS) com intenção de fazer o Empretec.
Durante a imersão da capacitação, a designer participou de um desafio em que teve de criar a marca de um negócio que não fosse de sua área de expertise e comercializar o produto por uma semana. Quem vendesse mais vencia a competição.
Beatriz decidiu criar uma marca de chocolate. Desenvolveu o conceito, criou a identidade visual e a embalagem do produto. Fez um protótipo no Photoshop e, sem nunca ter feito um chocolate na vida, anunciou no Facebook.
Pensei: se alguém encomendar, eu derreto chocolate, faço as barras e vai dar tudo certo. Só que bombou, tive de virar noite, passei a semana fazendo chocolate para atender os pedidos.
O resultado não podia ser outro: Beatriz ganhou o desafio do Empretec. E foi assim, meio por acaso, que nasceu a Angí Chocolates, uma marca de chocolate pantaneiro, com frutas e castanhas da região.
Após a competição, as encomendas não pararam de chegar. Um jornal local fez até reportagem sobre a nova marca. No início, a designer resistiu em aceitar os novos pedidos, justificando que era apenas uma experiência pedagógica, mas acabou convencida de que tinha criado um bom negócio.
Com convites para fornecer seus chocolates para eventos, as encomendas aumentaram ainda mais, e Beatriz precisou dedicar a cozinha de sua casa exclusivamente para a produção. Foi nesse momento que decidiu procurar o Sebrae novamente para fazer seu plano de negócios, aprender a calcular o valor de seus produtos e fazer o planejamento da marca.
“Um agente local de inovação me acompanhou durante um ano. Eu me inscrevi em um edital que para ter consultoria de negócios também por um ano para mulheres empreendedoras. E eu sempre participo de eventos do Sebrae que falam de empreendedorismo”, ressalta.
Após dois meses trabalhando na cozinha de casa, a microempresária ganhou um edital da prefeitura que disponibilizava cozinhas industriais para negócios inovadores ou que valorizassem o regionalismo.
“Já na cozinha industrial, eu passei por todo um processo de aprender o que é realmente trabalhar com chocolate. Desenvolvi um sistema para a produção com cacau, frutos e castanhas regionais como a guavira e o baru, que são comprados de pequenos produtores. Eles têm muita dificuldade de escoar esses produtos e muitas vezes não são valorizados.”
Em menos de um ano, com as vendas aumentando e a necessidade de novos equipamentos, a empresária precisou buscar uma nova cozinha. Comprou um espaço maior para dar conta da produção.