Mel do Oeste
Cultura Empreendedora Santa Helena / PRApós o apoio do Sebrae na conquista do selo de Indicação Geográfica, os méis do Oeste do Paraná foram valorizados e reconhecidos nacionalmente.
O produtor que precisa de uma técnica nova ou de capacitação em qualquer área encontra esse apoio no Sebrae. Para nós foi primordial, deu um up na produção.
As abelhas que o pai criava em caixas nos fundos do sítio fascinaram Antônio Henrique Schneider durante toda a sua infância em Santa Helena, no Oeste do Paraná. O pai não era apicultor, mas produzir mel é uma tradição naquela região.
“O mel e a apicultura vieram junto com os colonizadores que desbravaram aqui. A maioria deles já tinham abelhas. Mas produziam para subsistência, só para o consumo da família mesmo, era um alimento a mais em casa.”
E, ali no Oeste do Paraná, a paisagem é ainda mais propícia. Há uma abundância de rios, matas preservadas e flores para as abelhas se fartarem de néctar. Além disso, por ser uma atividade antiga por lá, os produtores aprimoraram as técnicas e a gestão das vendas. O resultado foi um mel de altíssima qualidade. A sua cor é bem suave, amarela, quase transparente, e o sabor floral é único.
Um dia roubaram as caixas de abelhas, e o pai de Antônio nunca mais quis criá-las. Apesar disso, o jovem não deixou de se interessar pela apicultura. Depois de formado em zootecnia, Antônio começou a trabalhar na Coofamel, a cooperativa agrofamiliar solidária dos produtores na região, que contou com o apoio do Sebrae para ser organizada.
A cooperativa existe por causa do Sebrae. Foi criada para ajudar na comercialização do mel dos produtores da região, dando vazão à produção. A cooperativa contou com esse apoio desde a articulação dos apicultores às questões de gestão.
Ele lembra ainda que trabalhar na cooperativa o incentivou a se aventurar pela apicultura também em 2014. Em pouco tempo, a atividade se tornaria sua principal renda. “Ali foi onde eu comecei a desenvolver a prática profissional, aprender as técnicas e assim me tornei apicultor.
Antes disso, o Sebrae também já havia começado a articular outra importante conquista para os produtores: o selo de Indicação Geográfica, uma certificação concedida pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) que vincula a qualidade de um produto e suas características especiais a uma região.
“A cooperativa tem uma história, um longo relacionamento com o Sebrae. As vitórias e avanços, quase todos, foram junto com o Sebrae. Com a Indicação Geográfica não foi diferente. O Sebrae participou de todos os processos. Com técnicos, estudos de campo, projetos. Organizou os produtores, fez um checklist e definiu os produtores que iriam a campo fiscalizar as propriedades.”
O apicultor diz que, após o selo de Indicação Geográfica, o mel do Oeste do Paraná passou a ser reconhecido e apreciado nacionalmente e abriu portas para chefs de cozinha, empórios renomados e consumidores que buscam mais qualidade.
Quem tem Indicação Geográfica já recebe um valor diferenciado. E também beneficiou a cadeia agrícola, os produtores passaram a acreditar mais no seu produto. Eles tinham um ótimo produto, mas não acreditavam muito. Quando perceberam que tinham um dos melhores méis do Brasil, passaram a investir mais na apicultura.
Antônio diz que a meta da cooperativa é dobrar o faturamento em 2021. O foco agora é terminar a reforma ao mesmo tempo que tocam um grande projeto de exportação, sobre o qual já estão conversando com clientes e parceiros dos Estados Unidos e Europa. A entidade também está trabalhando em novas embalagens. Além disso, também para este ano, estão previstos alguns projetos junto ao Sebrae, entre eles o Brasil Mais.