Caliel
Cultura Empreendedora Rio de Janeiro / RJO empresário diz que o Sebrae e a formalização lhe abriram diversas portas, como a participação no Espaço Favela, do Rock in Rio, entre outros grandes eventos.
O Sebrae para o empreendedor é fundamental, pois não basta ter o desejo de empreender, é preciso se qualificar. E o Sebrae dá o acesso às ferramentas necessárias. Um grande parceiro.
Nos anos 1990, o jovem Marcelo da Paz Rocha percorria o Morro do Salgueiro, na Tijuca, Rio de Janeiro (RJ), vendendo os pães e doces que seu pai fazia em casa. Seus irmãos também ajudavam na missão.
Com o passar do tempo, a família comprou maquinários, profissionalizou mais o negócio e abriu uma birosca na comunidade. O passo seguinte seria uma guinada que transformaria completamente sua maneira de empreender:
“Em 2011, com o apoio do Sebrae, me tornei MEI (Microempreendedor Individual) e abri um CNPJ. Ser MEI ajudou o meu sonho a se tornar realidade, pois pude formalizar parcerias que me abriram diversas portas.”
Assim, ele abriu a Caliel, que começou como padaria e se tornou um projeto maior, que funciona também como centro cultural.
“A gente apoia a cultura local, abre espaço para discussões sociais e promove experiências gastronômicas, com Pancs (Plantas Alimentícias Não Convencionais), incluindo essas plantas na culinária de raiz. O Salgueiro tem uma cultura culinária muito forte.”
Marcelo destaca que uma das portas abertas por meio do Sebrae, após a formalização como MEI, foi a sua participação no último Rock in Rio, no Espaço Favela. No evento, ele apresentou uma empada de queijo minas com ora-pro-nobis, considerada por um dos maiores portais de notícias do país como “a melhor iguaria do maior evento de rock do planeta”.
Foi graças ao Sebrae, que fez com que eu pudesse levar meu produto para esse evento. Antes disso, foram diversos cursos: planejamento estratégico, finanças, RH, boas práticas. Através desses cursos do Sebrae, pude usar ferramentas para que meu negócio se tornasse um case de sucesso. Tivemos um bom crescimento desde 2013.
Também por intermédio do Sebrae, Marcelo participou de outros grandes eventos, como a Copa do Mundo. Ele diz que a reforma do espaço e o fortalecimento da divulgação nas redes também ajudaram o negócio a crescer. Por isso, sempre busca aprimorar e tornar os produtos cada vez mais refinados.
Tudo isso depois que saí da informalidade e me tornei MEI. Somos a única empresa do Rio de Janeiro a receber a Medalha Tiradentes por causa do trabalho que fazemos com a comunidade. Isso agrega muito valor ao nosso negócio.
Com a chegada da pandemia, o empresário decidiu investir no potencial de seus doces, massas e pratos artesanais. “O empreendedor precisa ter essa capacidade de se reinventar, senão vira um navio parado, enferrujado. Foquei nos doces artesanais feitos no fogão à lenha, e foi um sucesso, consegui manter o negócio. Agora deu até um boom no mercado, porque o interesse das pessoas por esse tipo de doce cresceu muito. No fim, saímos melhor do que entramos na pandemia.”
Para continuar crescendo, Marcelo planeja agora passar de MEI para ME (Microempresa), de modo a expandir a produção e aumentar o raio de entregas. Além disso, quer “ser reconhecido por uma empresa que abraça o meio ambiente e apoia o social, que possa servir de exemplo para outros empreendedores das favelas brasileiras.”