AeroRiver
Inovação & Tecnologia Manaus / AMA empresa AeroRiver aproveitará os rios da região para o transporte de cargas e pessoas de forma sustentável e econômica com o Volitan
“Nossa empresa nasceu porque estávamos olhando para uma necessidade da nossa região. Sabemos que ninguém de fora do nosso estado para pra analisar e resolver os problemas locais usando a alta tecnologia. E nós fizemos isso. Vimos um gargalo na questão logística e buscamos melhorias para os negócios e para a população amazonense”, Felipe Bortolete.
Os empreendedores Lucas Guimarães e Felipe Bortolete se conheceram na equipe que representou o curso de Engenharia Mecânica da Escola Superior de Tecnologia da Universidade do Estado do Amazonas (EST/UEA) no Aerodesign, um desafio volta do a estudantes de engenharia de todo o Brasil. Além de criar laços de amizade, a competição fez com que a dupla entendesse melhor a aeronáutica e desenvolvesse interesse e paixão por essa ciência.
Ao fim da graduação, Guimarães e Bortolete decidiram realizar um mestrado em Engenharia Aeronáutica no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). Após a defesa da dissertação e obtenção do título, um amigo de longa data de Lucas e ex-chefe de Felipe convidou-os para iniciar um projeto. “Eu recebi uma ligação do Túlio e ele disse que era hora de tentarmos desenvolver uma solução para resolver o problema de logística da nossa região”, explica Lucas.
Juntos e com um novo sócio, Túlio Silva, eles começaram a traçar planos e estratégias em busca de uma solução. “Pensamos em seguir um projeto de carro voador, mas a região amazônica é muito extensa e esse tipo de veículo tem uma autonomia muito pequena e não seria aplicável. Verificando outras possibilidades, chegamos à conclusão de que um veículo de efeito solo teria o melhor custo-benefício, como os ecranoplanos da antiga União Soviética”, conta Lucas. Aí, em outubro de 2020, eles deram início a um projeto inovador: a startup AeroRiver e a criação do Volitan, o barco voador.
Em 2021, após a fase de planejamento estrutural, os empreendedores chegaram ao objetivo: o Volitan era capaz de carregar dez passageiros ou uma tonelada de carga, sendo sustentável e econômico. “Com as nossas pesquisas, entendemos que, mesmo utilizando combustíveis fósseis, o barco voador emitia duas vezes menos CO2 e conseguia ser 300% mais rápido que os barcos mais velozes utilizados para transporte na região”, informa o empresário.
Mas, para dar início à startup e à comercialização do Volitan, foi necessário aprender sobre negócios. Assim eles decidiram se inscrever em um programa do Sebrae, o Inova Amazônia. “Recebemos a informação de uma amiga que o Inova Amazônia estava com o edital aberto. Nos inscrevemos e o nosso projeto foi aprovado. Por meio do programa, tivemos a oportunidade de ter mentorias com consultores do Sebrae e ali adquirimos conhecimento sobre como empreender. Foi um divisor de águas para nós, já que em pouco tempos conseguimos um plano de negócios que, se tivesse de ser feito por nós, provavelmente demoraria meses”, comenta Felipe.
“O Sebrae foi fundamental para consolidar a estrutura da nossa empresa. Temos o conhecimento técnico especializado, mas não tínhamos a visão empreendedora necessária para fazer o negócio decolar. Com o Sebrae, viajamos para alguns eventos brasileiros e internacionais. Tivemos a oportunidade de conhecer outros projetos similares, ter contato com investidores e possíveis clientes e fazer bastante networking, o que rendeu bons resultados para a AeroRiver”, diz Lucas Guimarães, um dos sócios.
Atualmente, a AeroRiver conta com seis funcionários e tem um protótipo do Volitan com cerca de 20% do tamanho original do barco voador que está em teste para validação do sistema operacional. Em breve, a equipe produzirá um modelo em tamanho original para que, em 2025, o projeto entre em operação. “Esse é o primeiro projeto que temos na nossa empresa. Para o futuro, pensamos em desenvolver um modelo de Volitan que utilize energias renováveis, com um motor elétrico, por exemplo, e que seja autônomo. A ideia é que seja um modelo de sustentabilidade no transporte dentro da Amazônia”, finaliza Lucas.