SEBRAE

Julia Vidal Etnias Culturais

Cultura Empreendedora Rio de Janeiro / RJ
Empreendedora abre portas para a moda representativa

A marca de Julia Vidal coloca pessoas negras e indígenas como protagonistas e se expande como uma escola de moda pluricultural.

O Sebrae foi o primeiro lugar em que eu fui procurar conhecimento no âmbito do empreendedorismo.

O início da jornada empreendedora de Julia Vidal foi ainda na faculdade, quando decidiu abordar ideogramas como uma forma de escrita em estamparia na sua apresentação do Trabalho de Conclusão de Curso. O sucesso foi tão grande que, depois disso, as pessoas começaram a pedir roupas estampadas no mesmo padrão. Embora não tivesse experiência na área, decidiu encarar o desafio.

Em 2005, acompanhada por amigos, participou, sem grandes intenções, de uma feira coletiva. Ao final, uma surpresa: recebeu oito encomendas, além do convite para fazer parte de uma grande exposição de arte e cultura no Rio de Janeiro.

Com o sucesso inesperado, Julia resolveu pedir demissão da agência de publicidade onde trabalhava para criar uma linha de roupas e acessórios e se dedicar totalmente à sua primeira marca, na época conhecida como Balaio. Hoje, chama-se Julia Vidal Etnias Culturais.

A ideia era criar produtos que tivessem uma identidade cultural, algo que ela não via no mercado. “O empreendedorismo foi sempre motivado pelo sonho de me sentir representada, e a moda foi o instrumento que encontrei para gerar relações mais enriquecidas pela diversidade”, conta.

Apesar da formação em Design Gráfico ter sido um ótimo suporte na sua busca por conectar pessoas e suas histórias, Julia logo percebeu que precisaria se aprofundar em outras áreas de conhecimento para que conseguisse impactar mais vidas através da moda. Assim, buscou capacitações, como uma especialização em História da África no Brasil e um mestrado em Relações Étnico-Raciais.

Julia também compartilha que foi a partir dos cursos e consultorias do Sebrae que ela começou a se enxergar como uma empreendedora com um mundo a conquistar. 

O Sebrae foi o primeiro passo para eu entender que a minha marca não era só uma brincadeirinha. Existia algo maior para fazer ali, e eu precisava estruturar esse projeto.

Ela fez diversos cursos para aprender a vender, assim como um plano de negócios. A empreendedora também participou de outros projetos, como o AfroCriadores, ao lado de outras marcas do Rio de Janeiro que atuam com moda afro.

Se engana quem pensa que ela parou por aí. “O tempo inteiro você tem que estar se atualizando, estudando, e o principal: você tem que estar aprendendo para fazer bem o seu trabalho.”
Para Julia, empreender também dá a oportunidade de enxergar novos horizontes. Um exemplo é a sua própria história. “Isso é comum na minha trajetória. Em todos os momentos em que eu estava na moda com uma marca afro-brasileira, muitas pessoas não entendiam, falavam que não havia público nem interesse. Então eu fui fazer meus primeiros desfiles internacionalmente, pois o nosso Brasil não dava valor a isso”, relata.

Devido ao sucesso da marca, Julia expandiu os negócios, publicou três livros e inaugurou em 2020 — primeiro ano da pandemia de covid-19 — a Éwà Poranga, uma escola de moda pluricultural com ensinamentos a partir de conhecimentos vindos de pessoas indígenas, asiáticas e africanas no Brasil.

Para ela, o empreendimento é uma oportunidade de dar voz às vidas que são marginalizadas, como povos negros, indígenas e periféricos. Vidal também leciona em instituições penais, ajudando pessoas em processo de reintegração à sociedade a conquistarem alguma forma de sustento por meio do empreendedorismo. 

Com o olhar voltado para o futuro, Julia destaca o que almeja em 2022: “Quero continuar ouvindo o meu público, porque é ele que diz para onde devo ir. Que essa escola cresça e modifique a vida de muitas pessoas. Quero construir esse lugar mais igual, de diálogo mais justo, de protagonismo de fala para pessoas que foram marginalizadas.”

Ela também ressalta o desejo de levar a educação corporativa para empresas, alcançando profissionais em papéis de liderança e com acesso às ferramentas para promover mudanças na sociedade por meio da educação.

Veja mais algumas histórias

Inspire-se em histórias de pessoas que cresceram com ajuda do Sebrae e que acreditam na força do empreendedorismo.

Delucci

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Sem saber muito sobre empreendedorismo, o casal contou com o Sebrae para aprender tudo sobre o assunto, colocar o negócio nos eixos e ainda abrir uma nova empresa

 Cíntia Ceriotti Weirich

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Infoecia Software Ltda

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 Marcelo Blois Dematte

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Ao lado da irmã e com o apoio do Sebrae, a Memória Ancestral utiliza inteligência artificial com o objetivo de melhorar a qualidade de vida de pessoas com a doença

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 Espedito Seleiro

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 Luan Xavier

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