Amazô Kombucha
Cultura Empreendedora Vilhena / ROA empresária começou a fabricar em casa para o filho, mas com o apoio do Sebrae conseguiu escalar o negócio e pretende quintuplicar a produção até o fim do ano
Um empreendedor sozinho fica patinando. Por isso eu sempre digo para procurar o Sebrae, que é um norte e ajuda com consultorias, cursos e outros auxílios.
Formada em Ciências Biológicas e Técnica Agrícola, Gabriela Zolinger trabalhava como professora e coordenadora pedagógica no Senac por cinco anos quando ficou grávida, teve seu filho João Caetano e decidiu deixar o trabalho para se dedicar exclusivamente à maternidade. Quando a criança completou cinco meses, em 2019, ela começou a pesquisar sobre hábitos alimentares saudáveis para toda a família, pois havia chegado o momento da introdução alimentar de seu filho.
Em sua pesquisa, ela constatou que a kombucha, uma bebida fermentada que sua mãe produzia, fazia muito bem à saúde. Então decidiu pedir uma cultura simbiótica de bactérias e leveduras para sua mãe e começou a fazer a bebida em casa também.
As minhas primeiras kombuchas não ficaram boas, muito ácidas, avinagradas, mas notei os benefícios, principalmente na minha saúde intestinal. Então comecei a aprimorar. Como sou bióloga, foi fácil lidar com essa parte da química da bebida. Então me aprofundei na pesquisa do processo de produção. Fiz cursos na área de kombucha avançada comercial e consultoria com um engenheiro químico.
Foi assim que Gabriela começou a dominar a área de fermentação para fazer a bebida. Nessa fase, ela fermentava em vidros de 3 litros, mas logo migrou para um balde de 12 litros e foi aumentando a produção à medida que melhorava a qualidade da kombucha. Quando chegou a um resultado satisfatório, viu que poderia transformar a fabricação em um negócio. Assim surgiu sua marca, a Amazô Kombucha.
“Eu tinha muito medo de comercializar, por insegurança mesmo. As primeiras kombuchas vendi para amigos e familiares. Eu mesma criei um rótulo, mas tive dificuldade de imprimir. Eu sabia fazer a bebida, mas a parte comercial, não. Depois entrei em contato com um designer para fazer um rótulo oficial dentro da legislação. Nesse período eu morava em Cacoal (RO), aí me mudei pra Vilhena (RO), abri a kombucharia e lancei a marca.”
Na cidade nova, ela começou a entregar o produto em pontos de vendas e sentiu dificuldade na parte de gestão. Foi quando decidiu entrar em contato com o Sebrae.
“Aí fui participar de palestras. Foi numa palestra de planejamento estratégico que um consultor me colocou em xeque. Ele me fez provar que o meu produto era sustentável, inovador e saudável. E consegui provar. Isso na frente de todos da palestra. No final da resposta, ele disse: ‘Então, se você aceitar, você acaba de ganhar um estande no Conexão Sebrae’.”
Gabriela aceitou e participou do evento, no qual vendeu cerca de 400 garrafas de kombucha. Seu estande foi visitado por mais de mil pessoas. Houve até fila para provar o produto.
Foi uma oportunidade única que eu tive. Antes eu estava sozinha, e o Sebrae veio e me deu a mão, tipo: vamos caminhar juntos. Desde então, sempre fico de olho no site e nos aplicativos do Sebrae, com o Conecta Sebrae. Por ele, consigo solicitar consultorias, inclusive fiz consultoria financeira online, tudo gratuito. Lá também tem soluções e eventos, além da divulgação de cursos online e presenciais.
E foi navegando pelo site do Sebrae que Gabriela viu outra grande oportunidade de crescimento para o seu negócio. Lá, ela encontrou o edital do Inova Amazônia, com a seguinte pergunta: você tem um negócio inovador em bioeconomia?
“Vi que era para mim, porque meu negócio é justamente isso. Então participei e fui selecionada com a nota muito boa, entre os dez melhores avaliados, que foram convidados para o Rio Inovation Week. Fui como startup, com tudo pago, e pude apresentar meus produtos.”
A empreendedora diz que participar do evento foi importante para ter algumas ideias de produção de novos sabores, além de ideias sobre o modelo de negócio com o qual ela pretende prosseguir.
“Agora, estamos participando de uma aceleradora, com aulas e mentorias, e acredito que vai ser muito bom para minha organização empresarial. Depois do Sebrae, tive aumento de venda de muitas garrafas por mês, foi quando o negócio explodiu. Consegui aumentar os pontos de revenda, e as pessoas me procuram para revender, tudo isso depois do evento do Sebrae. Hoje são nove pontos de revenda, e fabrico 400 litros por mês, o que dá em torno de mil garrafas. Os sabores são uva, frutas vermelhas e gengibre com limão siciliano.”
A empresária também atribui à maternidade parte do seu sucesso e de sua vontade de ter o próprio negócio.
“Eu acredito que, quando nasce uma mãe, nasce uma empreendedora. Foi assim que aconteceu comigo. Quando a gente vira mãe, a capacidade de criação, de inovação, tudo aumenta. A maternidade me fez empreendedora. Por isso eu quero incentivar as mulheres a seguir nesse caminho.”
Como próximos passos, ela pretende investir em maquinário para facilitar o processo de produção, já que a demanda não para de aumentar.
“Penso também em contratação de pessoal, pois, até o fim do ano, quero que o projeto esteja vendendo cinco vezes mais. E quero aumentar ainda mais os pontos de revenda, já penso em supermercados e franquias. Expandir para todo o estado. Além disso, até o fim do ano quero lançar um e-commerce.”
Para um futuro mais distante, ela vislumbra um crescimento ainda mais expressivo para sua empresa.
"Pelos próximos 50 anos, eu vejo a Amazô Kombucha se expandindo. Eu acredito que posso montar um modelo de negócio para atrair outras pessoas que gostariam de investir em kombucharia. Eu torço para que a kombucha seja uma bebida para todos, eu a vejo como a bebida do futuro.”