Xapadinha
Economia & Política Natal / RN
Após se frustrar com o negócio de um bar em Natal, o empresário deu a volta por cima com um produto inovador para as praias da cidade: uma adaptação da granita italiana com bebidas e sabores brasileiros. As vendas foram um sucesso, e o negócio cresceu em pouco tempo.
Conquistou as praias da capital potiguar
Aprendi com o Sebrae que não é preciso ter medo se você planeja bem o negócio.
Guilherme Castelar trabalhava em Rio Verde (GO) como consultor em administração de bares e restaurantes quando foi convidado a ajudar um amigo espanhol a abrir um bar em Natal (RN) em 2015. Já instalado na cidade, foi surpreendido com a desistência do empresário.
Sem ter feito contrato, saiu do negócio sem dinheiro algum. Para não decepcionar a mulher e os filhos, que iriam encontrá-lo na cidade assim que começasse o verão, pensou em alguma forma de recuperar os gastos e ganhar algum dinheiro para manter a viagem da família. Nesse momento, resgatou as lições que tinha aprendido no Empretec, buscando inovação na sua ideia de negócio.
Especialista em drinks e coquetéis, ele tinha levado uma máquina de granita, que pretendia instalar no bar que não prosperou. Foi então que decidiu vender nas praias natalenses a sobremesa italiana que lembra uma raspadinha. Investiu os R$ 80 reais que tinha no bolso para criar sabores brasileiros como caipirinha e cerveja, além de clássicos como piña colada e blue lagoon.

Nos primeiros dias, os banhistas resistiram a experimentar a novidade, mas o conhecimento sobre vendas ajudou o empreendedor a vencer a dificuldade inicial. Em pouco tempo, o produto caiu no gosto dos clientes.
Em dez dias, depositei na conta da minha mulher R$ 4 mil de lucro que tinha ganhado e pedi para ela mandar meu filho mais velho me encontrar para ajudar nas vendas.
Assim, três meses depois, com uma identidade visual criada pelo próprio Guilherme, nasceu oficialmente a Xapadinha, a marca de granita tipicamente brasileira. O sucesso foi tão grande, que toda a família se mudou para Natal.

Um encontro ao acaso ajudaria a aumentar ainda mais o interesse pelo negócio e as vendas de Xapadinha. Por intermédio de uma consultora do Sebrae, a história da trajetória empreendedora de Guilherme foi contada na Agência Sebrae de Notícias e no site Pequenas Empresas Grandes Negócios.
Em 2007, a esposa de Guilherme descobriu um câncer, e a família precisou se mudar para Goiânia a fim de acompanhar o tratamento. Desde então, a Xapadinha passou a ser vendida apenas sazonalmente, nos períodos de alta temporada.
Na capital goiana, o empresário continua a vender sua criação esporadicamente em eventos e criou um novo produto gastronômico: o Rotolino, uma pizza fechada com massa de fermentação natural. Agora ele trabalha também em questões burocráticas para viabilizar franquias da Xapadinha, pois já foi procurado por diversos empresários interessados no negócio