Portal de Compras Públicas
Inovação & Tecnologia Brasília / DF
O CEO do Portal de Compras Públicas decidiu romper com o tradicional, criar um modelo de negócio inovador e tornar o processo de compras públicas mais acessível
O que a gente fez de conexão (com parceiros e clientes), graças ao empenho do Sebrae, foi muito importante para o nosso negócio.
Ter um negócio de sucesso é o sonho de qualquer empreendedor, não é? Mas como ser bem sucedido em uma área tão desafiadora? Para Leonardo Ladeira, a resposta é: coragem e planejamento. O empreendedor transformou, por meio da inovação, um modelo de negócio tradicional na maior GovTech do Brasil.
Com formação em Análise de Sistemas e Administração, Leonardo lembra de quando foi atraído pelo empreendedorismo. “Sempre fui um empreendedor, o bichinho do empreender me picou quando eu era adolescente, e foram várias tentativas, algumas malsucedidas, outras com resultado melhor.”
Uma de suas empreitadas nasceu pela soma de dois fatores: a sanção da Lei do Pregão Eletrônico, que permitiu aliar tecnologia e agilidade aos processos licitatórios, e sua experiência trabalhando na Confederação Nacional de Municípios (CNM), onde pôde ter um olhar estratégico sobre as necessidades do mercado municipal. “A partir desse conhecimento, com uma visão clara dos desafios e estruturas municipais, comecei a desenvolver soluções que apontavam para o caminho digital”, destacou.

Com esse projeto, Leonardo alcançou um grande número de clientes e um bom faturamento, mas isso não era suficiente. Ele desejava desenvolver um modelo de negócio que rompesse com o tradicional, que fosse escalável, oferecesse soluções reais e facilitasse a vida de seus clientes.
Com isso em mente, em 2016, o gestor tomou uma decisão ousada: abriu o Portal de Compras Públicas e passou a ofertar seus serviços de forma gratuita. “Foi preciso coragem para desmontar o que já estava pronto e apostar, porque empreender é apostar, mas uma aposta muito centrada, com estudos de viabilidade, com orçamento. A gente se planejou para fazer isso, não foi da noite pro dia, foi importante construir uma coisa que fizesse sentido para todo mundo, inclusive para a população brasileira.”
A ideia era disponibilizar uma plataforma que atendesse dois públicos: o comprador (ente público que busca realizar aquisições para o seu município) e o fornecedor (empreendedor que vende bens e serviços de qualquer categoria para o governo), facilitando o match empresarial. Para tirar o projeto do papel, Leonardo contou com os diversos serviços ofertados pelo Sebrae, como cursos, trilhas de aprendizagem e consultorias.


O Sebrae nos ajudou no comecinho, dando clareza na questão de como é que a gente faz um investimento de longo prazo, em como estruturar um projeto ousado. Foi muito importante dimensionar isso e desenhar o desafio.
Com a missão de transformar o ecossistema de compras públicas, a plataforma oferece conteúdos, treinamentos e um ambiente propício a parcerias e geração de novos negócios. Os Sebrae SP, PR e PA, por sua vez, apoiaram a iniciativa ajudando os pequenos negócios a adquirirem capacitação e vantagem competitiva para participarem dos processos licitatórios.
“Tornamos os processos de compras públicas mais acessíveis para micro e pequenas empresas e facilitamos ao poder público a realização da melhor compra, contribuindo com uma economia de 28% aos cofres públicos e processos até 76% mais rápidos. Se conseguimos fazer o governo gastar quase 30% menos do que ele planejava, essa fatia que sobra vira mais serviço pra população: mais saúde, mais transporte, mais educação, mais saneamento básico.”
Inicialmente, a empresa, com sede em Brasília/DF, contava com cerca de dez colaboradores e sete mil compradores. Hoje, já são mais de 300 mil compradores e uma equipe de 200 pessoas. “Em seis anos, crescemos 18 vezes, com 2.400 municípios atendidos. Impactamos 73 milhões de brasileiros com os nossos produtos e somos a maior GovTech brasileira em área de atuação”, comemorou Leonardo.
Com a pandemia de covid-19, a procura pelo serviço aumentou. Para os pequenos empreendedores, a ferramenta ajudou a manter o negócio ativo, mesmo com as restrições implementadas de distanciamento social e lockdown, pois com ela tudo é feito de forma eletrônica. “Nosso universo de usuários compradores cresceu 8 vezes e o de fornecedores, 3 vezes, pois nosso modelo fomentava o trabalho de fora: trabalhe de longe e sobreviva durante a pandemia.”
Vencedores do StartOut, programa do governo brasileiro que apoia a inserção de startups nos mais promissores ecossistemas de inovação do mundo, a empresa está em processo de internacionalização. O primeiro país a receber a iniciativa será Portugal. Em seguida, a expansão segue para outros países da Europa e da América Latina. “É o Brasil vendendo soluções de acessibilidade e governança para outros países do mundo”, pontuou o CEO.
Para empreendedores e pessoas que têm o sonho de empreender, Leonardo dá um conselho: “Pare e pense sobre o seu negócio, quanto ele vai custar por mês, o que você vai ter que produzir, e entenda o tempo que você vai levar para chegar lá. Procure o como antes de começar. Prepare-se e estude, pois podem tirar tudo da gente, menos o que nós sabemos”.