Pão da Arte
Cultura Empreendedora Maceió / ALO empreendedor largou o emprego para abrir o próprio negócio e precisou superar a concorrência e a crise para manter a empresa aberta por mais de 20 anos.
O conhecimento conquistado ao longo dos anos junto ao Sebrae nos ajudou a enfrentar várias crises.
Técnico em Química, Clodoaldo Silva do Nascimento começou a trabalhar em uma petroquímica já decidido a juntar capital para abrir seu próprio negócio. Mas, para conquistar os clientes, ele teve de se reinventar e bater os concorrentes locais.
Após passar em um concurso público para a vaga de operador de processos, Clodoaldo se manteve focado no seu objetivo inicial: juntar o máximo de dinheiro que pudesse para realizar seu sonho de empreender.
Quando percebeu que já tinha o suficiente para dar o pontapé inicial, pediu demissão e começou a traçar os planos para tirar o negócio do papel. “Eu me identifiquei com o setor de padaria por ser um setor mais seguro, de alimentos, e porque me atraía, pois dava para juntar a química com encantar os clientes com produtos e atendimento diferenciados”, explicou.
Com a ideia em mente, Clodoaldo e sua esposa sabiam que precisavam se preparar bem para que o negócio desse certo. “Fomos ao Sebrae buscando conhecimento e fizemos cursos sobre formação de preços e gestão financeira”, destacou.
Confiantes, em 1997 abriram as portas da empresa em um espaço alugado, em Maceió (AL), e apostaram numa abordagem mais moderna como diferencial. O maior desafio que enfrentariam, no entanto, chegaria seis meses depois. “Apareceram mais de sete concorrentes em um raio de 500 metros, e uma guerra pelos mesmos clientes começou”, relatou.
A arma utilizada pelos estabelecimentos vizinhos? Preços muito mais baixos, o que tornou a operação de Clodoaldo inviável. Para contornar a situação, o empreendedor contou mais uma vez com o apoio do Sebrae.
“Você tem outra vida depois do Empretec. Sua percepção de negócio, de oportunidade, de parcerias, percepção comportamental, tudo muda completamente.”
A solução encontrada por Clodoaldo foi mover o negócio para a garagem do pai. Em 1999, porém, uma outra crise surgiu: a desvalorização do real. “As pessoas eram demitidas e usavam o dinheiro para abrir um negócio, um mercadinho, e se tornavam concorrentes. Com isso, fechei a padaria e iniciei a produção de bolachas para vender na rua.”
Durante esse período, Clodoaldo participou de associações do segmento e firmou algumas parcerias. Em uma delas, o dono de uma padaria ofereceu o ponto para o empreendedor.
“A padaria ficava em um bairro com poder aquisitivo maior, não tinha tanta concorrência, então, depois de analisar tudo, assumi o ponto.”
Cada tijolinho, cada máquina, a nossa logomarca, tudo tem dedo do Sebrae.
A persistência valeu a pena, e hoje Clodoaldo é dono da padaria Pão da Arte, localizada no mesmo bairro, porém em um local próprio. Ele também continuou investindo no aprendizado participando de cursos sobre fluxo de caixa, margem de lucro e rentabilidade. “Sempre trago um especialista do Sebrae para dentro da minha empresa quando preciso de ajuda com alguma situação.”
Além de pães, bolos e bolachas, a padaria realiza a produção de sorvetes e oferece um cardápio variado, que inclui café da manhã, almoço e jantar. “Tivemos um crescimento gigante, nosso faturamento cresceu 15 vezes e somos considerados uma das melhores padarias do estado.”
Com o aumento das vendas, a empresa também ampliou o quadro de funcionários, passando de quatro para mais de 15: “Os planos futuros incluem franquear a padaria para os nossos colaboradores”, revelou Clodoaldo.