Oficina do Sorvete
Cultura Empreendedora Foz do Iguaçu / PRA Oficina do Sorvete tem em sua história tradição familiar, comércio justo, sustentabilidade e muito sabor
O mais novo episódio da Expedição 50 + 50 está em Foz do Iguaçu, também conhecida como a Terra das Cataratas. E hoje você vai conhecer uma história para lá de inspiradora de tradição familiar e amor às raízes através da Maria Cristina Muggiati.
Assista ao vídeo e conheça a história:
Há 30 anos, quando se mudou para Foz do Iguaçu, o clima do lugar despertou a lembrança de uma tradição que tinha começado com seus avós na década de 1950.
“No tempo em que sequer havia fornecimento de energia elétrica, em uma pequena cidade no norte do Paraná, meu avô improvisou um gerador, e minha avó fazia um creme de gemas onde depois acrescentava as frutas da época e transformava em sorvete na máquina.”
Os avós de Maria Cristina mudaram de ramo, mas essa história de família sempre a inspirou, principalmente pelo pensamento inovador que tiveram na época.
“Anos depois, meus pais voltaram para o ramo, dando sequência à tradição. Assim, ao chegar em Foz com três filhos bem pequenos, percebi que o clima quente no verão, as receitas herdadas e o fato de não haver sorveteria na cidade eram uma oportunidade”, contou.
Maria Cristina criou a Oficina do Sorvete investindo poucos recursos e logo no início percebeu um desafio: as pessoas de Foz do Iguaçu não tinham o hábito de tomar sorvete, e seu público, formado pelo alto fluxo turístico, exigia um outro perfil de produto e apresentação. O que ela fez? Se adaptou e seguiu em frente!
Com persistência, a empreendedora deu o seu melhor para contornar os desafios e, ao longo dos anos, a Oficina do Sorvete só cresceu. Além de comprar um ponto comercial no centro da cidade, ela também conseguiu montar uma fábrica em um espaço próprio e criar uma linha de picolés. “Hoje nossos sorvetes estão em todo o oeste do Paraná”, completa.
A Oficina do Sorvete conta com uma loja, com vendas no varejo, de sorvetes no estilo gelato, taças, cafés, sanduíches e muito mais. Já a fábrica atende o atacado com picolés, paletas e sorvetes em pote para supermercados e pontos de venda. Para manter toda a operação de pé, 22 funcionários trabalham para a marca.
Mas o que explica o sucesso crescente do negócio mesmo após 30 anos de mercado? Maria Cristina apontou alguns dos caminhos: “Estamos sempre acima das regulações de mercado no que diz respeito a entregar produtos com foco na saúde e bem-estar dos consumidores”, frisa.
Além de constantemente analisar as fórmulas dos produtos, a Oficina também tem práticas de fair trade (comércio justo) com produtores rurais que fornecem as matérias-primas para a fabricação dos sorvetes. “Também seguimos práticas com padrões éticos elevados e considero que temos uma das empresas mais inovadoras do país”, reforça.
“O Sebrae é o melhor caminho para o desenvolvimento de habilidades gerenciais, é quem nos conecta com o que há de novidade para o desenvolvimento profissional. É quem nos puxa para evoluir ao mesmo tempo que dá o suporte necessário.”
Maria Cristina conheceu o Sebrae logo depois de abrir a empresa e pôde contar com o apoio da entidade para superar obstáculos e contornar erros.
Em 2020, ano marcado pelo início da pandemia de covid-19, a empresária também participou de treinamentos, cursos e consultorias: “Os profissionais do Sebrae se fizeram muito presentes e nos ajudaram a aliviar o sentimento de estarmos perdidos”, conta.
Entre os cursos e programas feitos, ela destaca o Empretec, Fluxo de Caixa, Formação de Preço e Programa ALI como essenciais para aprimorar suas noções de gestão.
Quando olha para trás, Maria Cristina é só orgulho, e com toda a razão. “Nossa empresa saiu de uma loja pequena em um ponto ruim e com estrutura precária para uma das principais avenidas da cidade”, conta.
“No entanto, acredito que a maior riqueza construída são as pessoas que impactamos positivamente nesses 30 anos, nossos clientes, mas especialmente nossos colaboradores. Nosso respeito e carinho pelas pessoas que nos ajudaram a construir o que hoje é a Oficina do Sorvete.”
Oficina do Sorvete nos anos 90.
Atualmente, a empreendedora diz que o negócio está em seu melhor momento. Além do reconhecimento pelo sabor das iguarias geladas, a empresa conquistou o Prêmio Nacional de Inovação em Sustentabilidade: “O prêmio nos permitiu avaliar a relevância do nosso trabalho, confirmando que estamos no caminho certo”, completou.
Quando olha para frente, a ideia é expandir a distribuição dos sorvetes para o Paraguai e levar o modelo de negócio para outros biomas brasileiros.