Hempense Cosméticos
Cultura Empreendedora São Luís / MACom o apoio do Sebrae, a Hempense une insumos da flora maranhense com cânhamo, linhagem da cannabis sativa cultivada para uso industrial
Acredito que a ousadia é o que me destaca como empreendedora. Vi que havia um potencial em uma matéria-prima que ainda é um tabu para a sociedade e mesmo assim decidi investir.
Em 2020, a farmacêutica e química Mônica Neves, juntamente com os sócios Geison Mesuita e Rodrigo de Oliveira, decidiu participar do processo seletivo do Programa Centelha, promovido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), que visa estimular a criação de empreendimentos inovadores e disseminar a cultura empreendedora no Maranhão.
Com uma ideia nova e vontade de empreender, o trio decidiu criar uma startup com a missão de ajudar as pessoas. “Desde o início, queríamos desmistificar o uso da cannabis. Queremos que as pessoas repensem o uso de produtos à base dessa planta, que ainda é malvista na nossa sociedade, mas que tem inúmeros benefícios para a saúde”, comenta Mônica. Foi iniciando o movimento para “repensar” que surgiu a Hempense Cosméticos.
Mas nem tudo é calmaria para quem decide empreender. “Quando começamos o projeto, tivemos empecilhos legais no Brasil devido à falta de regulamentação da cannabis. Além disso, tínhamos poucas conexões com outras empresas e dificuldade com trâmites para a abertura da empresa”, explica a empreendedora.
Foi então que, em 2021, Mônica, Geison e Rodrigo conheceram o Projeto Inova Amazônia, do Sebrae, e decidiram participar. “Fomos escolhidos para o Inova e foi um divisor de águas. Através do projeto, o Sebrae nos ajudou com mentorias, capacitações, financiamento em forma de bolsa para podermos nos dedicar ao desenvolvimento do projeto de cosméticos canábicos e, principalmente, nos orientando desde a abertura da empresa até a conexão com pessoas-chave para enfrentarmos as barreiras legais”, comemora Mônica.
O Sebrae acreditou no potencial da startup e investiu em conhecimento, capacitação e conexões para conseguirmos tirar nosso projeto do papel.
Atualmente, a Hempense está na fase de internacionalização do produto. “Atualmente estamos trabalhando na parte burocrática para conseguir registrar o produto junto à Anvisa e formalizando contrato com uma terceirizada na Europa. E concomitantemente estamos preparando uma linha de hidratantes corporais com cannabis e produtos originários da flora maranhense, como babaçu, bacuri e buriti”, comenta a empresária e pesquisadora.
A empresa espera que, em breve, possa comercializar o produto em território nacional. “Queremos que a cannabis seja reconhecida pelo seu alto potencial terapêutico e por auxiliar na cadeia produtiva e sustentável da nossa região”, explica Mônica.
"Nosso negócio impacta positivamente a comunidade em que estamos inseridos por possuir, em sua composição, produtos originários da nossa flora com os benefícios da cannabis. Queremos fazer com que esse ativo oriundo da Amazônia possa ser conhecido nacional e internacionalmente e assim valorizar as cadeias produtivas locais das quebradeiras de coco maranhenses." - Mônica Neves.