Memória Ancestral
Cultura Empreendedora São Luís / MAAo lado da irmã e com o apoio do Sebrae, a Memória Ancestral utiliza inteligência artificial com o objetivo de melhorar a qualidade de vida de pessoas com a doença
“O comportamento empreendedor é saber que há muitos desafios para quem decide empreender com negócios de base científica, mas não desistir diante das adversidades.”
A farmacêutica e mestre em Ciências da Saúde Thaiane Coelho desenvolveu, durante o mestrado na Universidade Federal do Maranhão (UFMA), uma pesquisa com uma planta indiana, visando prevenir e retardar danos na memória e aprendizagem em ratos, mas foi durante o Bootcamp: Mulheres na Ciência da Fundação Biominas que surgiu a ideia de transformar o estudo em negócio.
“Participei desafio Biominas, em conexão com o grupo Centroflora, sobre plantas amazônicas para o desenvolvimento de fitoterápicos e lá, durante toda a imersão, veio a ideia de ter uma plataforma que unisse o conhecimento tradicional com a tecnologia em prol da saúde cerebral”, explica Thaiane.
A união do estudo com a bioinformática deu início à startup Memória Ancestral. “Por meio da plataforma, o paciente recebe dicas de autocuidado para
estímulo cognitivo dos órgãos do sentido. Além disso, realizamos o mapeamento de plantas amazônicas com compostos ou grupos de compostos com potencial de serem futuros medicamentos fitoterápicos para a pessoa com Alzheimer. Tudo em um só lugar.”
Mas há muitos desafios para quem decide empreender com negócios de base científica, como conta a empreendedora. “A demonstração de resultados demanda tempo e dedicação, fora o investimento durante o processo de desenvolvimento, que é de extrema importância para os equipamentos e insumos. Para essa etapa, é necessário fazer parcerias efetivas para que o negócio ande”, relembra.
Escolhida para participar do projeto, a empreendedora viu ali a chance para fazer sua empresa crescer. “Tive a oportunidade de participar de eventos e ter o apoio do ALI (Agente Local de Inovação), além de aprender sobre branding e como administrar o negócio.”
Atualmente, a startup se dedica à descoberta de medicamentos para Alzheimer a
partir de plantas medicinais amazônicas utilizando inteligência artificial. “Ajudamos indústrias, pequenas empresas e centros de pesquisa aumentando os dados preditivos, acelerando a descoberta de novas moléculas e eliminando parte dos custos de produção de medicamentos”, explica Thaiane.
Hoje a empreendedora lidera uma equipe de cinco profissionais. “Além da sociedade com minha irmã, temos, na Memória Ancestral, químicas, farmacêuticos e designers com experiência em pesquisa, desenvolvimento e inovação. Juntos, estamos caminhando rumo ao desenvolvimento de uma inteligência artificial para transformar isso em serviço, como um software.”
“Reconhecer os primeiros sinais de Alzheimer é essencial para maximizar e manter a saúde cerebral. No futuro, o software vai permitir que indústrias e centros de pesquisa identifiquem preliminarmente compostos ou grupo de compostos naturais e invistam entendendo quais têm potencial terapêutico por suas características químicas e maior taxa de sucesso para atravessarem a barreira hematoencefálica.”