Ani – Amazon Natural Ingredient
Cultura Empreendedora Amapá / APEm sua pesquisa de doutorado, Vasneka produziu um conservante natural que será comercializado em breve
“Sou uma pesquisadora que se dedica a tirar a ideia do papel e tenta aplicá-la, algo que alguns pesquisadores na minha área já têm feito, mas não é tão comum. Considero esse o meu diferencial como empreendedora. Eu vou buscar sempre sair da minha zona de conforto e procurar soluções em vez de ser parada pelos problemas.” – Vaneska Aimee
Formada em Engenheira Química, mestre em Ciências Farmacêuticas e doutoranda em Ciência de Alimentos, Vaneska Aimee Paranhos sempre teve uma veia empreendedora: foi diretora de vendas independente e teve uma loja de planners e uma de vestidos de festa, mas foi durante seu mestrado que encontrou um negócio promissor.
“Com o apoio do meu orientador do mestrado, decidi desenvolver um conservante natural para aplicação em alimentos, que oferece uma alternativa aos conservantes sintéticos existentes no mercado e que são potencialmente tóxicos”, explica Vasneka.
Com o projeto definido, a pesquisadora foi atrás de insumos para colocá-lo em prática e realizar os testes necessários para a produção. Foi então que encontrou, na Amazônia, o que precisava. “Fizemos diversas tentativas e, a partir de espécies vegetais da região amazônica, tivemos o sucesso esperado. Realizamos os testes iniciais em produtos lácteos e descobrimos que o conservante tinha potencial de prolongar o tempo de validade sem alterar as características físicas originais do produto”, conta a empreendedora.
Para colocar o negócio nos trilhos, Vaneska procurou um parceiro de peso, o Sebrae. “Conheci o edital Inova Amazônia, programa de aceleração de startups do Norte e Nordeste do país, e me inscrevi. Com o apoio do Sebrae, fiz cursos e, com o suporte da consultoria, foi possível me instrumentalizar para levar meu negócio para o mercado”, relembra.
“O início da empresa tem sido bem desafiador, visto que não é fácil sair de um ambiente acadêmico para o ambiente empresarial. Exportar essa pesquisa para a sociedade tem sido uma grande realização, mas ao mesmo tempo um grande desafio.”
O conservante da marca traz todos os benefícios que nossas espécies vegetais oferecem e valoriza a bioeconomia local, que também tem sido cada vez mais encabeçada por mulheres.
Atualmente, a empresa está próxima de iniciar a comercialização. “Conseguimos validar o nosso protótipo e agora estamos elaborando estratégias para irmos para o mercado. Inicialmente, o conservante será vendido online para produtores e empresas da área de alimentos que queiram alcançar um novo mercado, com maior consciência social e ambiental”, informa a empreendedora.
“A ANI visa ao uso sustentável de matéria-prima vegetal da flora amazônica, e esse trabalho fortalece e valoriza a bioeconomia local, além de ser inovador, já que as espécies vegetais que utilizamos nunca foram usadas para essa finalidade antes”, Vaneska Aimee Paranhos.