Queijo D
Cultura Empreendedora Alagoa / MGTudo começou com o intuito de ajudar um amigo da família, vendendo seus queijos pela internet. Mas, com o apoio do Sebrae, o negócio cresceu, ganhou prêmios no Brasil e no exterior, e hoje são vendidas em média duas toneladas de produtos.
Leia a história do OsvaldoA orientação e o suporte que o Sebrae nos dá são uma grande alavanca, um grande estímulo, para o negócio.
Um pedido de sua mãe transformaria o destino do bacharel em direito Osvaldo Filho, que se tornaria um empresário premiado e bem-sucedido. Era 2009, e o que ele precisou fazer foi uma visita a um produtor de queijos amigo da família, em Alagoa (MG), que estava em dificuldades financeiras, pois vendia seus produtos com preço muito abaixo do mercado e com prazos de até 40 dias no cheque pré-datado.
“Aquela situação me tocou muito, fiquei inconformado, querendo fazer alguma coisa. Voltei para casa, fiquei pensando e tive uma ideia: vender os queijos pela internet. Fiz uma pesquisa e vi que na época ninguém fazia isso. Entrei em contato com o Sebrae e a consultora ficou muito empolgada. Então, ela me mandou um e-book sobre e-commerce e como montar uma loja virtual.”
Após estudar o material, o primeiro passo foi verificar na agência dos Correios se era possível utilizar o serviço para enviar queijos, já que a cidade não era atendida por nenhuma transportadora. Com a resposta positiva, lançou um blog para vender os produtos, e naquele ano de 2009 vendeu três unidades.
O passo seguinte, em 2010, foi formalizar a empresa, criar uma marca e uma identidade visual. Nesse momento, nasceu oficialmente a Queijo D’Alagoa-MG.
“Desde o início, tenho ótimo relacionamento e sou grande fã do Sebrae, porque o apoio foi muito importante para nossa empresa. Considero um grande parceiro. Utilizamos o Sebraetec para o desenvolvimento de produtos, embalagens, rótulos, serviços gráficos. Além disso, sou chamado para dar palestras pelo Sebrae.”
Ainda em 2010, Osvaldo conheceu um mestre queijeiro de São Paulo que gostou muito dos queijos, ajudando a divulgar a marca e alavancar as vendas, que não pararam de crescer. Em 2012, o empresário lançou sua loja virtual e passou a aceitar cartões de crédito, substituindo as vendas por depósito bancário.
Nos anos seguintes, as vendas continuaram a aumentar e, em 2017, após já ter recebido diversos prêmios no Brasil, o Queijo Alagoa Grande recebeu a Medalha de Bronze no Mondial du Fromage, em Tours, na França. O produto se destacou entre 700 queijos de mais de 20 países.
O empresário diz que o sucesso da marca foi tão grande, que colocou Alagoa no mapa turístico de Minas Gerais. “O nosso negócio promoveu uma transformação social na cidade, porque reconhecemos a importância do produtor, agregamos valor ao produto, mantemos a tradição e movimentamos o turismo local.”
Hoje, a marca trabalha com queijos fabricados por dez famílias de pequenos produtores. Além de ter uma loja física, os produtos são vendidos por revendedores em todos os estados do Brasil. Ao todo, entre 12 tipos de queijo, geleias, cafés e azeites, são vendidas em média, por mês, duas toneladas de produtos.
Com a chegada da pandemia, o reconhecimento da qualidade dos queijos fez a diferença para que as vendas não fossem tão afetadas. Segundo Osvaldo, a marca contou com o apoio de grandes chefs de cozinha, que compartilharam posts nas redes sociais recomendando os produtos. Além de reforçar a comunicação digital, o empresário direcionou o marketing para as vendas online.
Para 2021, os planos são construir uma queijaria em um imóvel rural que Osvaldo comprou em Alagoa e aumentar a produção para atender a demanda crescente. Segundo o empresário, há até fila de espera de até três meses para a compra de alguns produtos. Além disso, o empreendedor também pretende lançar, com o apoio do Sebraetec, um clube do queijo ainda no primeiro semestre deste ano.