Viva Celina
Inovação & Tecnologia João Pessoa / PBQuando decidiu abrir o seu negócio na área da moda, ela sabia que queria ser diferente, trabalhando com liberdade criativa e sempre pensando no respeito ao meio ambiente. Com o apoio do Sebrae, sua empresa se tornou um sucesso de vendas e um exemplo de sustentabilidade.
Conheça a história da CelinaO Sebrae fomenta os pequenos negócios, dando oportunidade de os empreendedores terem mais conhecimento para estruturar a empresa. Isso é muito importante para que possamos ter um negócio mais sustentável financeiramente.
Já havia cinco anos que ela tinha se formado em design de moda, mas Maria Celina Pessoa, por decisão própria, trabalhava como maquiadora em João Pessoa (PB). Em 2015, porém, ela voltou a ter vontade de atuar em sua área de formação e começou uma especialização em produção de moda.
Durante a capacitação, ela se deu conta de que a indústria da moda é uma das mais poluidoras, principalmente as fábricas de peças vendidas em lojas de “fast fashion”, geralmente produzidas em países asiáticos, muitas vezes empregando até trabalho escravo.
“Desde então, eu quis fazer moda autoral, feita com trabalho justo, de uma forma que gerasse menos impacto ambiental. Vi que havia uma crescente da moda sem gênero. Se for ver tempos antigos, homens e mulheres usavam túnicas. Roupa masculina e feminina é muito ocidental. Então eu queria algo em que a pessoa é que vai determinar o que quer usar e não a indústria.”
Com o conceito definido, o passo seguinte foi encontrar fornecedores que trabalhassem com materiais brasileiros e sustentáveis. Contratou duas funcionárias, uma costureira e uma auxiliar, e começou a pesquisar e pensar nos modelos que interessariam mais aos clientes tanto da Paraíba quanto de outros estados.
Com tudo pronto, lançou sua marca Viva Celina. O nome é uma homenagem à sua avó e ajuda a definir o conceito das coleções. A maioria delas inspiradas em histórias de família, fotografias antigas e na cultura nordestina.
A ideia inicial era que as vendas fossem realizadas apenas por e-commerce, mas logo surgiu a demanda de clientes que queriam experimentar as peças. Por isso, a empresária começou a participar de feiras e eventos, além de expor as roupas em lojas colaborativas.
Celina diz que quem abriu muitas das portas para esses eventos foi o Sebrae, seu parceiro desde os tempos de faculdade, quando ela fez estágio em um projeto de confecção do órgão na Paraíba. Desde a abertura da empresa até os dias de hoje, a empresária diz que a parceria só se fortaleceu.
“Fiz vários cursos: de oratória, negócios criativos, modelagem. Tive consultoria de criação e assisti a muitas palestras também. Atualmente, participamos de um edital de economia criativa, junto com várias empresas. Como conclusão, vamos entregar no fim de março uma coleção que se chama Raízes. São peças de algodão orgânico.”
Além disso, a empresa foi premiada em primeiro lugar na categoria Consumo do projeto Mapeamento Sebrae de Economia do Nordeste, com empresas de toda a região. “A gente pensou que nosso negócio seria algo bem pequeno, mas ficou maior do que pensávamos, porque foi uma novidade muito grande na região e teve uma repercussão enorme.”
A novidade que mais chama a atenção dos clientes é o cuidado de oferecer produtos de moda com o cuidado de respeitar o meio ambiente. Desde que foi lançada, a marca conta com o selo Eu Reciclo, que compensa as embalagens usadas, destinando recursos para empresas de reciclagem.
As inovações apresentadas e o apoio do Sebrae foram os fatores mais importantes para a marca ter se tornado um sucesso. Nos últimos anos antes da pandemia, de 2018 ao final de 2019, o crescimento foi de 50%.
Devido às medidas de isolamento social e ao fechamento dos pontos de venda físicos, mesmo após a permissão para a retomada do comércio, Celina adotou o delivery de peças para que os clientes pudessem experimentá-las em casa. O serviço já funcionava antes da pandemia, mas foi reforçado por conta da necessidade de adotar cuidados mais rigorosos de segurança.
No momento, Celina está focada em instituir na marca o fechamento de ciclo dos produtos. Funciona assim: quando uma peça não serve mais, ou o cliente não se interessa mais por ela, ele devolve e tem desconto na compra de novos produtos. As antigas peças entram para uma linha de segunda mão, são entregues para doação ou, em último caso, para reciclagem. Até o fim do ano, a novidade já deve estar implementada, planeja a empreendedora.